Equidade de gênero e parentalidade nas empresas: promovendo ambientes inclusivos
Marianna Laranjeira
Colaboração para Elas no ESG
A equidade de gênero deixou de ser apenas uma pauta social para se tornar uma necessidade imperativa nos ambientes corporativos. No entanto, muitas vezes, a discussão sobre equidade é centrada apenas nas questões de remuneração e promoção, negligenciando os impactos da parentalidade na carreira das(os) colaboradoras(es).
Paternidade e maternidade, os desafios e as oportunidades
A parentalidade, tanto paterna quanto materna, apresenta desafios únicos que podem afetar o desenvolvimento profissional. Dados robustos indicam que, historicamente, as mulheres enfrentam discriminação no local de trabalho devido à maternidade. Por outro lado, os homens muitas vezes se deparam com estigmas relacionados à paternidade, sendo vistos como menos comprometidos com suas carreiras.
Segundo pesquisa do Instituto Ethos, empresas com políticas de licença parental mais inclusivas têm 50% menos rotatividade de colaboradoras(es). Esse dado ressalta a importância de criar ambientes que reconheçam e acomodem as responsabilidades parentais.
O impacto direto na produtividade
A falta de equidade na parentalidade pode resultar em desequilíbrios de gênero no ambiente de trabalho. Quando as mulheres são sobrecarregadas com responsabilidades familiares, sua produtividade e oportunidades de crescimento são prejudicadas. Em contrapartida, os homens muitas vezes relutam em assumir licenças parentais devido ao receio de serem percebidos como menos dedicados ao trabalho.
Um estudo da McKinsey revela que empresas com maior diversidade de gênero têm 21% mais chances de superar as concorrentes em rentabilidade. A equidade de gênero na parentalidade não é apenas uma questão moral, mas também uma estratégia inteligente para impulsionar a produtividade e a inovação nas organizações.
Políticas de parentalidade é o grande rumo à equidade
A implementação de políticas de parentalidade equitativas é essencial para criar ambientes de trabalho inclusivos. Empresas que oferecem licenças parentais igualitárias e flexibilidade no horário de trabalho proporcionam condições para que os colaboradores conciliem suas responsabilidades familiares com suas carreiras.
Dados compilados pela Organização Internacional do Trabalho indicam que empresas com políticas de equidade de gênero experimentam um aumento de 5% na satisfação de colaboradoras(es). Além disso, a retenção de talentos é fortalecida quando as(os) colaboradoras(es) percebem que suas vidas familiares são respeitadas e apoiadas pela organização.
Uma mudança social necessária
Em um mundo cada vez mais consciente da importância da equidade, as empresas devem reconhecer os impactos da parentalidade nas(os) colaboradoras(es). Ao adotar políticas inclusivas e promover uma cultura que valoriza tanto a paternidade quanto a maternidade, as organizações podem colher os benefícios de uma força de trabalho diversificada, inovadora e comprometida.
A equidade de gênero na parentalidade não é apenas um imperativo ético, mas uma estratégia inteligente para construir empresas mais fortes, resilientes e preparadas para enfrentar os desafios do século XXI.
Sobre a autora: Marianna Laranjeira é especialista em Direito Ambiental e Mestre em Direito pela Universidade de Coimbra, em Portugal. A Mari é uma executiva em ESG e vem exercendo cargos de liderança em sustentabilidade e governança nos setores portuário, agronegócio, logística, construção civil e varejo.